Autonomia, capacidade de resolução de problemas, respeito às diferenças, como falar em público, como defender sua ideia, como lidar com o estresse, como reparar erros, como ser uma pessoa mais colaborativa, como identificar e lidar com as emoções. Esses foram alguns dos pontos abordados durante a disciplina eletiva de Inteligência Emocional, uma das sete opções ofertadas gratuitamente neste semestre aos alunos do Ensino Médio no COC Sorocaba.
Independentemente do futuro profissional que o estudante venha a escolher, o desenvolvimento das capacidades de inteligência emocional vai ajudá-lo em muitos aspectos da vida, seja na convivência de trabalho, na convivência com a família e mesmo na sociedade.
Segundo a professora Fabiana, responsável pela disciplina, a ideia foi auxiliar no desenvolvimento de cidadãos respeitosos e que também aptos para contribuir por uma sociedade mais justa.
Muitos dos temas abordados em classe foram trazidos pelos próprios alunos, que eram convidados a falar sobre suas emoções e dificuldades. Nas semanas de provas, por exemplo, foi possível refletir e apresentar técnicas interessantes para se manter calmo e concentrado.
Através de vídeos, jogos cooperativos, encenação, dinâmicas, leituras, técnicas de autorregulação, de comunicação e muita reflexão foi possível amadurecer e desenvolver pontos importantes com os estudantes e que, com certeza, vão auxiliá-los a ter uma vida mais saudável emocionalmente.
“O engajamento dos alunos foi bastante alto. Eles contribuíram muito com as aulas e trouxeram dúvidas sobre relacionamentos com a família, dificuldades emocionais pessoais...”, conta a professora Fabiana, que tem uma formação em Disciplina Positiva em Sala de Aula, com certificado da Positive Discipline Association. “Todas as atividades e dinâmicas foram pautadas nos conceitos de Comunicação Não Violenta e Disciplina Positiva, que utiliza de vivências práticas para trabalhar as habilidades interpessoais e intrapessoais; discernimento; habilidade de corresponder aos limites e consequências da vida cotidiana com responsabilidade e integridade”, explica a professora, dando exemplos de práticas que podem ajudar no desenvolvimento de determinadas habilidades. “Para praticar autonomia e responsabilidade, por exemplo, os próprios alunos tinham tarefas para a aula como organizar a sala de aula para o início, fazer o acolhimento dos amigos e colegas, organizar as carteiras, decorar a sala de acordo com o tema da aula...”
Outro ponto ressaltado durante as aulas foi mostrar aos alunos como é importante estar atento para reconhecer as emoções por meio das sensações físicas (perceber quais pontos ficam tensos, coração acelerado, respiração ofegante) e sensações mentais. A partir disso é possível ter consciência e uma reação mais saudável para si e para os outros em determinada situação. Nesse sentido, dar um tempo para se acalmar e conseguir melhor visualizar o problema pode ser imprescindível. A professora também trabalhou exercícios de respiração com os alunos, que podem ajudar muito nesse processo de tentar manter a calma.
“Na aula de autorregulação, por exemplo, apresentei para eles o funcionamento do cérebro. Sob estresse, o córtex pré-frontal não funciona bem e nós perdemos a habilidade de resolver problemas. Quando a parte do nosso cérebro que nos permite pensar e reagir respeitosamente não está funcionando bem, podemos ajudar a nós mesmos e aos outros dedicando um tempo para se reconectar com a gente mesmo”, aponta. Nesse sentido, a consciência corporal é uma ferramenta muito útil para desenvolver habilidade do corpo de se autorregular. “Consciência corporal aumenta as conexões entre os lados direito e esquerdo do cérebro, o que também melhora a habilidade de reconhecer e lidar com as emoções”, pontua a professora.