Alunos de 6º ao 9º anos falam sobre sentimentos durante a pandemia

Publicado em quarta, 14 de outubro de 2020 Ensino Fundamental II

Se por um lado a pandemia trouxe sentimentos como medo, solidão e sofrimento ao ver pessoas doentes - por vezes até conhecidos e familiares, por outro, ela apontou para aspectos importantes que precisam ser repensados em nossa sociedade e até para questões positivas, como ter mais tempo para ficar com a família.


Essas e outras reflexões foram levantadas por alunos de 6º ao 9º anos do COC Sorocaba- Santa Rosália durante mais uma atividade encabeçada pelo projeto de Educação Socioemocional.


Aliás, vale lembrar que desde o início do ano, quando uma pandemia dessa escala parecia inimaginável, o projeto já estava implementado na escola e os professores já tinham feito cursos preparatórios para aplicar esse programa desenvolvido pela Pearson, por meio de uma apostila rica e fundamentada. Com a pandemia, as aulas de socioemocional, que ocorrem semanalmente, tiveram um impacto imprescindível neste momento delicado para todo o mundo.


Para falar sobre pandemia e a volta parcial de algumas atividades, inclusive das aulas presenciais, os estudantes foram convidados a deixar a apostila de lado e refletir sobre o que sentem mediante a essas situações.


“Estamos distantes fisicamente há muito tempo, longe das atividades rotineiras, da companhia dos colegas da escola, dos professores e certamente de alguns dos nossos familiares. É tudo muito intenso! Precisamos de uma pausa para conversar sobre tudo isso”, apontou a direção do colégio em convite feito aos alunos para participarem do encontro.


A professora de matemática Juliana é responsável pelas aulas de socioemocional com as turmas do 6º ano. Para ela, a matemática é uma área que a sociedade considera muito relevante, mas, em sua opinião, as aulas de socioemocional são tão importantes quanto essa disciplina na formação dos alunos. Juliana ressalta o pioneirismo do colégio em colocar a disciplina na grade curricular dos alunos, valorizando um aspecto fundamental para uma educação mais complexa e completa. “O COC se preocupa com o que os alunos sentem”, comenta, destacando o quanto as aulas beneficiam os alunos, mas também os professores, que aprendem muito com a reflexão de cada um.


A professora acredita que o encontro virtual com os alunos para falar do contexto atual em relação à pandemia foi muito importante.
Os estudantes levantaram aspectos negativos, mas também positivos em relação a esse período conturbado pelo qual a humanidade passa. “O que a gente sentiu é que eles precisam falar disso, externar muitas coisas”, pontua a professora.


Entre os aspectos positivos que os alunos levantaram, está a proximidade com a família que esse momento permitiu. Muitas falaram que não conseguiam encontrar os pais para almoçar juntos, por exemplo, e que com a pandemia esse espaço foi criado. Os adolescentes ressaltaram também que perceberam o quanto gostam do convívio escolar com amigos e professores, e que não veem a hora desse reencontro. Também falaram da importância de manter a esperança e de como este momento traz à tona a empatia.


O encontro serviu também para que os alunos externassem sentimentos difíceis, como o medo de ficar doente ou de algum familiar ou conhecido ser infectado, do sofrimento de conhecer alguém que está com a doença e não poder se aproximar para ajudar, da dificuldade e da solidão que o isolamento traz...


“O que tentamos mostrar para os alunos é que as situações sempre nos trazem emoções positivas e negativas e que muitas vezes a gente não para para pensar. Mas que é importante ter espaços para falar e refletir sobre isso”, explica Juliana.


Para ela, o projeto de Educação Socioemocional permite muitas reflexões importantes que na correria do dia a dia a gente acaba deixando passar batido. O material ressalta a importância de enxergar as particularidades individuais sempre respeitando a multiplicidade de ideias e opiniões do outro. E assim, levando em conta os anseios pessoais mas também as necessidades coletivas, fica mais fácil tentar atuar na sociedade de modo a tomar decisões responsáveis e respeitosas consigo próprio e também com o outro.