Muitas vovós estão auxiliando os netinhos a participarem das aulas on-line da Educação Infantil do COC Sorocaba. Mas muito além de dar o apoio necessário às crianças (já que devido à pouca idade precisam da ajuda de um adulto), as vovós têm participado com tanto entusiasmo das atividades que as professoras até brincam que, no final do ano, elas também mereceriam receber um certificado de conclusão do curso.
Mesmo num contexto difícil devido à pandemia, elas transformaram o momento numa oportunidade de estar presente no desenvolvimento pedagógico dos amados netos.
Uma dessas vovós cheia de entusiasmo é a Eliana, chamada por todos carinhosamente como vovó Lili. Como os pais do Vinícius estão trabalhando no horário da aula, foi Lili quem assumiu o compromisso que, conforme ela, “é um privilégio”. Ela conta que no começo rolou certa apreensão: como conseguir manter a atenção dos pequenos por tanto tempo? Inicialmente as aulas tinham duração de 20 minutos até que chegou a uma hora e com a participação atenta dos alunos. “Tudo se deve à dedicação dos professores. Eu e o Vinícius somos fã número 1 da Tia Jê (professora Jenifer)”, comenta a vovó Lili, que diz estar se divertindo nas aulas.
Ela frisa a diversidade de atividades propostas nas aulas sempre de maneira divertida, passando por culinária com dicas de alimentação saudável, reflexões sobre como contribuir com a preservação do meio ambiente, ioga, educação física, música e até orientações do combate ao mosquito transmissor da dengue. “Depois dessa aula sobre a dengue, por exemplo, o Vinícius saiu com a mamãe no condomínio em busca de focos do mosquito”, conta Lili.
A vovó Márcia também destaca a variedade e a criatividade das atividades que tem experimentado com a Rafa e conta que tem aprendido muito nas aulas também. “A professora Jenifer tem muita paciência e consegue manter a atenção deles por uma hora, pois sempre traz novidades. Pra mim está sendo um prazer, pois é maravilhoso acompanhar o desenvolvimento da Rafa”.
Como sempre trabalhou fora, Márcia não pôde participar tão ativamente das questões escolares dos filhos, mas agora está feliz com a oportunidade de estar tão pertinho da Rafa neste momento. “Às vezes ela pede: vó, pegue na minha mãozinha pra eu fazer essa letra?”, conta sem esconder o orgulho. Conforme ela, Rafa tem gostado muito da dinâmica das aulas. “É emocionante ver a participação dela na aula. Ela se arruma sempre pra ir na aula, mesmo eu falando que ela pode ficar de pijama”, conta Márcia.
Além das vovós, tem muitos papais e mamães acompanhando as aulas com seus filhos, claro.
A mãe de Théo, Caroline, diz que, apesar de haver tristeza nesse contexto de pandemia, esse tempo “está sendo mágico para o Théo e para nós, pois como temos o privilégio de trabalhar de casa, estamos o tempo todo curtindo cada momento com ele”. Caroline destaca a forma leve que os conteúdos são passados aos alunos, que aprendem brincando.
Caroline elogia o desempenho da professora Márcia e toda equipe, que tem conseguido ótimos resultados nas aulas on-line para crianças de tão pouca idade. “Nos sentimos realmente acolhidos como se fôssemos todos de uma mesma família”.
Para ela, muito mais que o conteúdo pedagógico, o colégio desenvolve valores humanos. “Temos a certeza que ele está tendo um desenvolvimento saudável como pessoa e cidadão”.
Erik, pai de Estela, destaca o quanto tem aprendido sobre como ensinar de forma eficiente as crianças. “A gente ficava perdido tentando criar formas de aprendizado que fossem gostosas para a Estela. Agora a gente aprende também com a tia Jê e traz isso pro nosso dia a dia”, destaca.
O pai percebe que, no começo, as aulas remotas representaram um grande desafio, com dificuldade das crianças em entenderem o novo formato e se concentrarem. De acordo com sua experiência, Erik percebeu que deveria estar por perto, mas estimular a independência de Estela nas aulas. “No começo, ela ficava no meu colo e percebi que ela precisava da minha aprovação para tudo. Como se a aula fosse pra mim, não pra ela. Um dia não fiquei tão juntinho, ela começou a se desenvolver melhor, e entender que aquilo era pra ela. Daí, tudo começou a ficar mais fluido e gostoso. Hoje ela para tudo que tá fazendo pra começar a aula, não quer se atrasar”.
Apesar de todo distanciamento de hoje imposto pela pandemia, Erik sente a escola muito próxima do cotidiano da família. “Nesse formato, a gente acaba conhecendo melhor professores e pais. Ficamos até mais próximos, isso é curioso”.